O Ministério da Saúde certificou Joinville com o “Selo Prata de Boas Práticas Rumo à Eliminação da Transmissão Vertical do HIV”, de acordo com critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS). A cidade também obteve o “Selo Bronze de Boas Práticas Rumo à Eliminação da Transmissão Vertical da Hepatite B”. Profissionais da Secretaria da Saúde de Joinville receberam os certificados em cerimônia em Brasília.
A transmissão vertical ocorre quando a mãe infectada transmite doenças como HIV, sífilis ou hepatite B para o bebê durante a gestação, parto ou amamentação. Para evitar essa transmissão, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais. Joinville recebeu o certificado por conta das estratégias eficientes no enfrentamento dessa transmissão.
Esse foi o primeiro ano em que o município atingiu os indicadores necessários para essa certificação. Com relação ao HIV, por exemplo, além da estruturação do serviço foram avaliados os dados referentes à transmissão vertical no ano de 2021. Naquele ano, Joinville não teve nenhum caso de contaminação entre mãe e filho durante a gestação, parto ou amamentação.
Outros indicativos analisados com relação à Hepatite B foi o diagnóstico em crianças menores de 5 anos, que em 2022 não teve nenhum caso, além da vacinação contra a doença em bebês com até 30 dias. Nesse caso, Joinville ultrapassa os 100% uma vez que a dose é aplicada ainda na maternidade e desta forma, são imunizadas também crianças de outros municípios que nascem em Joinville.
“Atingimos marcos necessários para concorrer ao selo, tanto os dados epidemiológicos, quanto os de processos de trabalho. Ter participado e conquistado esse selo é de grande relevância para a saúde pública porque mostra que estamos comprometidos com a eliminação da transmissão vertical relacionada a HIV, hepatite e sífilis”, avalia Aline Berkenbrock, gerente em Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde de Joinville.
Os critérios para obter o certificado incluem, entre outros, ter uma população superior a 100 mil habitantes, além de alcançar metas de eliminação por indicadores estabelecidos. As áreas de atuação e análise incluem programas e serviços de saúde, vigilância epidemiológica e qualidade de dados, capacidade diagnóstica e qualidade de testes, entre outros critérios.
“Do Brasil inteiro, dos municípios acima de 100 mil habitantes, somente 60 foram contemplados com algum tipo de certificação. É uma grande honra para nós mostrarmos o exemplo das boas práticas que realizamos em Joinville para todo o Brasil”, avalia Aline.
Os municípios certificados devem seguir parâmetros do Guia de Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e Sífilis, em alinhamento com os critérios da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
É preciso ter alcançado e mantido as metas dos indicadores de impacto, dispor de sistema de vigilância e monitoramento dos casos de transmissão vertical e ter implementado comitê de investigação ou grupos de trabalho que investiguem casos de transmissão vertical, entre outros.
Equipe do Ministério da Saúde visitou Joinville
Joinville recebeu a visita da Equipe Nacional de Validação, no final de julho de 2024. O grupo é responsável pela segunda etapa da Certificação da Eliminação Vertical do HIV, Hepatite B e Sífilis. Durante a visita, foram avaliados serviços essenciais como a Unidade de Atendimento Especializado, as Unidades Básicas de Saúde da Família, o Laboratório Municipal, a Maternidade Darcy Vargas e a Vigilância Epidemiológica.
“A colaboração dessas instituições tem sido fundamental para garantir a qualidade no atendimento às gestantes e para assegurar a saúde das futuras mães e seus bebês. Esse processo é considerado um marco importante para a cidade que se torna um exemplo de boas práticas no cenário nacional”, explica a gerente. Após as visitas, a equipe do Ministério da Saúde atestou a qualidade de Joinville com a saúde pública.
A sífilis e a infecção pelo HIV são infecções sexualmente transmissíveis e podem ser transmitidas verticalmente durante a gestação, na ausência de tratamento oportuno e adequado. A taxa estimada de transmissão vertical do HIV pode chegar a 30% quando não é utilizada a terapia antirretroviral (TARV). Ao adotar a TARV e outras medidas preventivas, essa taxa pode cair para menos de 2%, principalmente quando não ocorre a amamentação.
A Secretaria de Saúde de Joinville também elaborou um informativo para abordar a prevenção da transmissão vertical. O objetivo é alertar os profissionais sobre a importância de conversarem com as mães do puerpério/puericultura se estão com o mesmo parceiro desde a gestação e alertarem para testagens e sobre o uso de preservativos.
Comentarios